Durante a assembleia, o presidente do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região, Rostand Lucena lembrou que as prioridades da categoria não contemplam somente os itens econômicos e que é preciso avançar nas questões sociais.
Rostand ressaltou ainda a importância do item segurança. “Nesta questão, os avanços são mínimos diante de problemas tão graves. Os bancos também não querem tratar com devida seriedade a segurança bancária”, disse.
A decisão de parar as atividades foi tomada depois que os bancos frustraram as expectativas da categoria e não apresentaram propostas satisfatórias as reivindicações dos bancários, nas últimas rodadas de negociações.
O Comando Nacional considerou insuficiente a proposta apresentada pela “federação dos bancos” (Fenaban), que prevê de 7% para salários, vales e auxílios – o que representa aumento real de 0,61%. Para o piso, a recomposição seria de 7,5% – ganho real de 1,08%. E nada para questões fundamentais para a categoria, como o fim das demissões, da pressão por metas abusivas, das metas que mudam todos os dias, da sobrecarga de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades.
Os bancários reivindicam 12,5% de reajuste, piso de R$ 2.979,25 e aumento maior para os vales refeição, alimentação e auxílio-creche/babá.
CAPITAL - Em João Pessoa, a tendência é que os bancários também deflagrem greve. Na noite desta quinta-feira (25), em uma assembleia bastante representativa e movimentada, os bancários da base do Sindicato dos Bancários da Paraíba (SEEB-PB) deflagraram a greve geral por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira, 30 de setembro.
No ginásio de esportes da Entidade, cerca de 400 bancários rejeitaram a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na sétima rodada de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, de reajuste de 7% sobre todas as verbas e 7,5% sobre o piso. Da mesma forma, os bancários rejeitaram também as propostas insuficientes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
Para o presidente do SEEB – PB, Marcos Henriques, a falta de proposta séria por parte dos banqueiros não faz o menor sentido, uma vez que somente os seis maiores bancos do País tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano. “Além do reajuste insuficiente, as reivindicações sobre emprego, saúde, condições de trabalho, fim das metas abusivas, assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades foram ignoradas pelos bancos. Ou seja, a arrogância, a prepotência e a mesquinhez dos banqueiros, públicos e privados, empurraram os bancários para mais uma greve histórica”, desabafou.
O líder sindical chama a atenção da sociedade, para que não se deixe enganar pelas manobras dos bancos, que se esquivam da negociação, provocam a greve e ainda tentam penalizar os consumidores, com cobrança de taxas, multas e tarifas indevidas.
“Aqui na Paraíba está vigorando uma liminar que proíbe os bancos de cobrarem juros de mora, comissão de permanência, taxa por devolução de cheques e também de inscrever, nos serviços de proteção ao crédito, os nomes dos devedores que não conseguirem pagar seus compromissos por conta da greve”, concluiu Marcos Henriques.
Além de serem punidos com multas diárias, que podem ir de R$ 50 mil até R$ 500 mil, caso descumpram a medida judicial, os bancos devem respeitar o prazo de 72 horas após a greve, para que os consumidores regularizem suas pendências sem ônus.
Na próxima segunda-feira, dia 29, haverá uma nova assembleia de caráter organizativo, na sede do Sindicato.
pbagora