O ex-presidente Lula vai depor pela primeira vez na Operação Lava Jato no dia 14 de março. Ele foi arrolado como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal do petista.
O depoimento ao juiz Sérgio Moro será feito por videoconferência. A oitiva será pública, mas a defesa de Lula deve pedir para que o rosto do seu cliente não seja filmado para preservar a imagem dele.
Bumlai admitiu à Polícia Federal ter tomado empréstimo de R$ 12 milhões em outubro de 2004 no Banco Schahin. Ele afirmou que o destinatário de todo o dinheiro foi o PT. Na ocasião, o partido estava com dificuldades de caixa, devendo para fornecedores da campanha que elegeu Lula presidente dois anos antes.
A PF e o Ministério Público Federal sustentam que em troca da ajuda financeira para o PT, o Grupo Schahin foi beneficiado com um contrato de operação do navio-sonda Vitória 10000, sem licitação, ao preço de US$ 1,6 bilhão.
No entanto, Bumlai afirmou em depoimentos à Polícia Federal (PF) que Lula não teve envolvimento em negócios relativos à Petrobras.
O ex-presidente já falou à PF na condição de informante, em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga se houve organização criminosa atuando na Petrobras.