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Cássio chama impeachment de votação de "carnavalesca" e Raimuno Lira também critica

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) considerou “exagerada” a votação do processo de admissibilidade do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Ele, bem como o senador Raimundo Lira (PMDB), ainda deram como certa a aprovação do processo também no Senado. As declarações foram feitas ao programa Correio Debate, da rádio Correio 98 FM. 

Líder da oposição no Senado, o paraibano criticou a postura dos deputados federais e disse que as performances dos parlamentares “não foram recomendáveis para a gravidade da hora”. “Mas esse é o Brasil, e, às vezes, olha para o espelho dói”, lamentou Cássio.

Apesar de atacar o que chamou de “espírito carnavalesco”, Cássio afirmou que a decisão da Câmara acompanha a vontade popular. “O Congresso Nacional com todos os seus defeitos nunca faltou ao povo brasileiro. Ou quase nunca faltou. Então ontem [domingo], o Congresso, no caso a Câmara, agiu em consonância com o sentimento da maioria esmagadora do povo brasileiro que sempre manifestou apoio ao processo de impeachment, que chegará agora ao Senado”, disse o senador.

O senador Raimundo Lira (PMDB) também acredita que a continuidade do processo representa a vontade do povo. Ele disse que o resultado na Câmara já era esperado pelo partido.

O senador Raimundo Lira (PMDB) afirmou que o resultado obtido na Câmara nesse domingo (17) não surpreendeu ao partido. "Esse resultado de 360 votos a favor do impeachment estava totalmente dentro das previsões. A previsão do PMDB é de que seria a partir de 360 votos. Cerca de 80% da população brasileira quer o impeachment porque hoje há um entendimento de que a profunda crise econômica que assola o país só começará a ser resolvida quando for resolvida a questão política”, defendeu Lira.

Tanto Cássio, quanto Lira afirmaram acreditar que o processo de impeachment terá apoio também no Senado. O parlamentar tucano explicou como serão os trabalhos na Casa e adiantou que a oposição já tem o número suficiente de votos para afastar por 180 dias Dilma Rousseff da presidência.   

“A comunicação deve estar chegando ainda nesta segunda-feira, será lida amanhã [terça] em Plenário e como estabelece o regimento interno amanhã mesmo será instaurada uma Comissão com 21 senadores para analisar a admissibilidade do processo no âmbito do Senado Federal. Para isso [a admissibilidade] são necessários 41 votos e eu posso assegurar que a essa altura nós já temos no mínimo 45 senadores decididos pelo sim”, revelou.

“A partir daí, aceita a admissibilidade, a presidente da República é afastada do cargo, e isso deve estar acontecendo na primeira semana de maio, assumindo o vice-presidente [Michel Temer] que passa a ser presidente em exercício. Depois o Senado terá, como estabelece a Constituição, o prazo de 180 dias para a realização do julgamento do mérito. No fim desse prazo, se o processo não estiver sido concluído, a presidente reassume suas funções e o processo prossegue. Mas acredito que dada a crise e as circunstâncias que o Brasil vive, o Senado terá amplas condições de encerrar esse julgamento dentro do prazo", completou Cássio.

Sobre o afastamento definitivo da presidente Dilma, Cássio mostrou incerteza: “Para a cassação ou afastamento definitivo o quorum é mais elevado, necessita de 2/3 do Senado, ou seja, 54 senadores. Nesta contabilidade inicial nós já pedimos a manifestação favorável nesta direção de afastamento definitivo de Dilma e há aproximadamente 50 senadores. Mas esse é um processo em que se conquista maioria e consenso no transcorrer dele. O importante é que nós tenhamos rapidez e celeridade porque a crise no Brasil é muito grave. O país não pode mais esperar", concluiu.
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