O vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia da Paraíba (CRP-PB), Lucílvio Eleutério, considerou preocupante a decisão judicial que libera a terapia de “reversão sexual”, conhecida como cura gay.
“Nós estamos preocupados com essa interpretação. Porque a gente tem uma resolução já pra resguardar a profissão de não assumir uma postura patologizante diante da homossexualidade”, disse o representante do Conselho ao Portal MaisPB.
A resolução citada por Lucílvio foi publicada em 1999 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e proíbe que os psicólogos tratem a homossexualidade como doença ou exerça qualquer ação que favoreça essa postura.
“A Psicologia se resguarda eticamente de orientar seus profissionais de não tomar essa postura”, afirmou o vice-presidente. De acordo com Lucílvio, desde a publicação da resolução, o país é referência internacional no que se refere a esse cuidado psicológico.
Para o representante, o Direito não pode se pronunciar sobre uma área que é específica da Psicologia. “São vários anos de estudo, a OMS [Organização Mundial de Saúde] já assinava anos atrás que esse tipo de reversão não é satisfatório, nem dá resultado”, explicou.
Enquanto o CFP recorre da decisão judicial, o Conselho Regional pretende sensibilizar a sociedade e defender o papel da Psicologia.
Entenda
O juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal autorizou, em liminar, que psicólogos possam atender eventuais pacientes que busquem terapia para reorientação sexual. A decisão atende uma ação de três psicólogos que pediam a suspensão de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que estabelece como os profissionais da área devem atuar nos casos que envolvam a orientação sexual de pacientes. O conselho irá recorrer da decisão.
Caroline Queiroz – www.lazarofarias.com.br