O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse hoje que a pasta deve ter mudanças nas próximas horas. "Devemos ter uma situação de troca no ministério que deve se concretizar hoje ou amanhã", afirmou ele durante um debate online com especialistas da área de saúde sobre a covid-19. Desde o início da semana fala-se na saída do ministro do cargo devido ao desgaste na relação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Eu sou a peça menor dessa engrenagem, eu escolhi muito bem a minha equipe", afirmou ao explicar, em tom de despedida, que o trabalho de combate continuará independentemente de quem assumir o seu cargo.
As declarações foram feitas durante um debate online promovido pela Iniciativa FIS (Fórum Inovação Saúde), que reúne lideranças da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, Fiocruz, UFF, UFRJ, Academia Nacional de Medicina, entre outras entidades. O debate reuniu André Medici, economista de saúde; Denise Santos, CEO do hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo; Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei de Saúde; e Margareth Dalcolmo, pneumologista docente da Fiocruz.
Questionado sobre impactos permanentes da pandemia e sobre os planos para o futuro, Mandetta disse que o país terá dificuldades econômicas e, no âmbito pessoal, brincou: "Talvez começar com uma entre.
Sobre seu virtual substituto, ainda indefinido, disse que quer garantir que quem assuma "tenha o mínimo de condições de trabalhar. O que eu puder ajudar eu vou ajudar e depois vou fazer um distanciamento. Por que aqui é muito complicado. Um dia uma coisa é certeza, depois a certeza virou pó, virou dúvida e já é outra coisa".
Em diversos momentos d debate, Mandetta fez referências às divergências com o presidente Bolsonaro. "O mundo terá que ter grandes cabeças que vão ter que encontrar um equilíbrio. Fazer um novo mapeamento das dependências que nós criamos dos sistemas de saúde. Quem olha o vírus sozinho vai errar porque ele ataca a educação, a economia, a Olimpíada, porque ee ataca a educação, a economia, a Olimpíada, porque ele se impõe. (...) Mas nós não sabemos ainda todos os efeitos. Não sabemos nem quem será o ministro da Saúde amanhã", disse Mandetta.
Ele criticou as notícias falsas sobre tratamentos para o novo coronavírus e o uso político da comunicação. "Quanto mais baixa a formação, mais terreno fértil pela má comunicação, mas isso é diferente da má comunicação política, onde aquele que não concorda com a opinião é massacrado", disse o ministro.
Mandetta ainda mostrou descontentamento com o fato de discussões técnicas estarem ocorrendo com integrantes do governo que não entendem do assunto citando "uma reunião com ministros falando sobre remédios para o coronavírus e todos leigos tentando convencer outros leigos, quando deveria ser discutido com integrantes do Conselho Federal de Medicina, por exemplo".
UOL