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Exclusivo: “Paraíba Seca: 118 Cidades em Emergência e a Urgência de Mudar o Destino do Nordeste”

A Paraíba enfrenta uma crise hídrica alarmante: 118 municípios estão em situação de emergência devido à seca, impactando milhares de famílias e comprometendo a segurança hídrica e alimentar do estado. Este cenário, que se repete ano após ano, evidencia não apenas a severidade das mudanças climáticas, mas também a ausência de políticas públicas eficazes e sustentáveis.

Reservatórios em Colapso

Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), a Paraíba iniciou 2025 com apenas dois açudes sangrando, ambos em Monteiro, no Cariri, beneficiados pela transposição do Rio São Francisco. Em contrapartida, 24 açudes estão em situação crítica, com cinco completamente secos: Cacimbinha (São Vicente do Seridó), Jeremias (Desterro), Livramento (Gurjão), Bastiana e Sabonete (ambos em Teixeira) .

População em Risco

A seca afeta diretamente a vida de milhares de paraibanos. A escassez de água compromete o abastecimento doméstico, a agricultura familiar e a pecuária, pilares da economia local. A insegurança alimentar e a migração forçada tornam-se consequências inevitáveis, perpetuando o ciclo de pobreza e vulnerabilidade no semiárido.

Gestores Locais Sem Suporte

Apesar do reconhecimento federal da situação de emergência em 115 municípios paraibanos, apenas quatro receberam recursos federais em 2024 para ações emergenciais, como o abastecimento por carros-pipa. A burocracia e a falta de apoio técnico dificultam o acesso a esses recursos, deixando os gestores locais desamparados diante da crise .

O Que Não Foi Feito

O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) revelou que apenas 18% dos municípios consultados mantêm iniciativas para recuperar áreas devastadas pela desertificação. A ausência de políticas públicas estruturadas, investimentos em infraestrutura hídrica e programas de educação ambiental contribuem para a perpetuação da crise .

Exemplos de Superação

A seca não precisa ser uma sentença. Regiões áridas como o deserto de Negev, em Israel, transformaram-se em áreas produtivas por meio de tecnologias de irrigação e gestão eficiente da água. No Brasil, o estado de São Paulo enfrentou uma grave crise hídrica entre 2014 e 2017, mas implementou medidas de gestão e infraestrutura que mitigaram os impactos .

Conclusão

A situação da Paraíba exige ações imediatas e efetivas. É imperativo que os gestores públicos, em todas as esferas, priorizem investimentos em infraestrutura hídrica, programas de educação ambiental e políticas públicas sustentáveis. A seca não pode mais ser tratada como um fenômeno inevitável, mas como um desafio a ser enfrentado com planejamento, inovação e compromisso com as futuras gerações.

Esta análise foi realizada de forma independente pelo portal Lázaro Farias, com base em dados oficiais e estudos especializados.

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