🚗O trânsito caótico de mais um feriado não é acaso: é reflexo de um modelo urbano que pede socorro
O retorno do feriado de Tiradentes nesta segunda-feira (21) provocou mais do que simples congestionamentos nas principais rodovias da Paraíba. O trânsito lento, especialmente na BR-230 — principal ligação entre o interior e João Pessoa —, escancarou novamente um problema estrutural: a dependência quase total do transporte rodoviário individual.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o fluxo elevado se deve à volta de paraibanos que viajaram ao interior e à saída de turistas da capital. Com movimento intenso nos dois sentidos, a PRF reforçou o efetivo para manter a segurança e minimizar os transtornos.
“O que vemos é o reflexo de um modelo de mobilidade que precisa ser repensado. A pressa em sair do congestionamento pode custar caro quando decisões erradas são tomadas. Pedimos paciência e respeito às regras”, alertou o PRF Francimuller.
Apesar de obras estruturantes importantes — como o Arco Metropolitano de Campina Grande (já concluído), o de João Pessoa (em andamento), a duplicação da BR-230 em Campina, a triplicação do trecho João Pessoa-Cabedelo, o viaduto do Cristo-Água Fria e a futura Ponte do Futuro —, a solução definitiva vai além do asfalto.
O Portal Lázaro Farias vem acompanhando de perto essa problemática do trânsito, especialmente em João Pessoa, dialogando com autoridades e especialistas para compreender melhor a questão. A conclusão é clara: é fundamental investir em transporte público de qualidade.
Entre as alternativas viáveis, destaca-se o transporte fluvial. João Pessoa possui rios navegáveis, como o Sanhauá e o Paraíba, que poderiam ser utilizados para criar linhas de transporte de passageiros, ligando bairros e municípios vizinhos, como Cabedelo. Essa modalidade de transporte é reconhecida por sua eficiência e baixo custo operacional, além de ser ambientalmente sustentável.
Além disso, estratégias para melhorar o transporte ferroviário e rodoviário incluem:
-
Expansão e modernização das linhas de trem urbano: Investir na ampliação das rotas existentes e na modernização dos trens pode aumentar a capacidade de transporte e atrair mais usuários para esse modal eficiente.
-
Implementação de corredores exclusivos para ônibus (BRT): Criar faixas exclusivas para ônibus em vias de grande circulação pode reduzir o tempo de viagem e tornar o transporte coletivo mais competitivo em relação ao transporte individual.
-
Integração dos modais de transporte: Desenvolver sistemas que permitam a integração entre ônibus, trens e outros meios de transporte facilita o deslocamento dos passageiros e torna o sistema mais eficiente.
-
Uso de tecnologias para otimização de rotas: Implementar sistemas inteligentes de transporte (ITS) pode melhorar a gestão do tráfego e a eficiência do transporte público.
Os congestionamentos recorrentes não são apenas sobre trânsito — são sobre escolhas. E talvez, o que precisamos não seja mais faixas na pista, mas mais opções para sair de casa sem precisar estar no volante.
Lázaro Farias