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📸 Imagem do Dia: Os Últimos Ferroviários de Assunção



Uma homenagem à história viva de um tempo em que os trilhos eram sinônimo de progresso

No coração do Cariri paraibano, a cidade de Assunção guarda lembranças de um tempo em que a ferrovia era mais que um caminho de ferro: era vida, sustento, e futuro. A imagem histórica registrada no início dos anos 1990 mostra a última equipe de ferroviários que atuou na Estação Estaca Zero — marco da chegada do trem à região.

Na foto, vemos os homens que fizeram parte da equipe de conservação de trilhos, um dos setores mais importantes da operação ferroviária. Em pé, da esquerda para a direita: Chico Brejeiro, Nelson, Geraldo Leitão, Zezito, Ivan, Dedinha, Antônio Maciel e Luiz Amaro. Agachados: Expedito, Totinha e Raimundo Felipe.

Esses trabalhadores representaram a última geração de ferroviários de Assunção, que, por décadas, viu sua história caminhar lado a lado com os trilhos da ferrovia.

A ferrovia chegou ao município nos anos 1950, trazendo desenvolvimento, conectando pessoas, bens e oportunidades. Com ela, vieram os empregos, a renda, a dignidade. O transporte ferroviário era meio essencial para passageiros e cargas, movimentando o comércio e transformando a realidade do sertão paraibano.

Assunção tornou-se a única cidade do Cariri com linha férrea, e com isso passou a integrar uma rede nacional. O Governo Federal investia diretamente na estrutura das cidades-pólo da ferrovia: vilas operárias foram construídas, com casas padronizadas que garantiam moradia digna aos trabalhadores e suas famílias. Criou-se uma verdadeira tradição de famílias de ferroviários, onde o ofício era passado de pai para filho, em um ciclo de estabilidade e valorização do trabalho.

A função exercida por esses homens — conservadores de trilhos — era um cargo federal, com carteira assinada, estabilidade, salários justos e benefícios. Era um tempo em que o emprego público não apenas garantia o sustento, mas elevava o status das famílias, construindo um presente e um futuro sólidos para a comunidade.

Mas essa história começou a chegar ao fim na década de 1990, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando teve início o processo de privatizações das ferrovias. O modelo mudou, os trilhos deixaram de ser prioridade e, com isso, os empregos desapareceram. Assunção perdeu não só uma estrutura física de transporte, mas também parte de sua identidade, de sua alma trabalhadora.

Hoje, o Portal Lázaro Farias presta esta homenagem àqueles que foram os últimos guardiões de uma era de progresso sobre trilhos. Homens simples, de mãos calejadas, que ajudaram a construir a história de Assunção e deixaram um legado de trabalho, dignidade e resistência.

Que essa imagem seja mais que uma lembrança.

Seja um símbolo de respeito à memória e à força de um povo.

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