“Lula substitui Lupi por Wolney Queiroz em meio à crise do INSS”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou, em 2 de maio de 2025, o pedido de demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, num contexto marcado por uma investigação da Polícia Federal que apura um esquema de descontos irregulares em benefícios do INSS estimado em mais de R$ 6,3 bilhões
Em publicação no Diário Oficial da União, Lula nomeou o então secretário-executivo Wolney Queiroz para assumir a pasta, mantendo o domínio do PDT na cota do ministério
Contextualização da crise
A operação “Sem Desconto” revelou que aposentados foram inscritos sem autorização em associações que retinham parte de suas aposentadorias em taxas irregulares, com prejuízos que ultrapassam R$ 6 bilhões no período de 2019 a 2024. A PF cumpriu 211 mandados de busca, fez seis prisões temporárias e bloqueou mais de R$ 1 bilhão em bens dos investigados
Além disso, o presidente do INSS e outros diretores foram afastados para facilitar as investigações.
Declarações de Carlos Lupi
Em suas redes sociais, Lupi ressaltou que nunca foi citado nas apurações e reiterou seu apoio irrestrito às investigações:
“Entrego a função de ministro da Previdência Social ao Presidente Lula com a certeza de que meu nome não foi mencionado sequer uma vez nos inquéritos em curso. Todas as apurações foram apoiadas por mim, pelas áreas da Previdência e pelos órgãos de controle do governo”
Perfil de Wolney Queiroz
Wolney Queiroz, ex-deputado federal por Pernambuco e filiado ao PDT desde 1992, ocupava a posição de secretário-executivo — o “número 2” da pasta — desde o início do governo Lula. Sua nomeação busca garantir estabilidade política ao partido e reforçar a continuidade administrativa, mas coloca sobre seus ombros o desafio de retomar a confiança no INSS.
Análise e crítica
Desafio de reputação: A troca ministerial reforça o impacto político do escândalo. Ao promover Wolney, Lula busca isolar a crise, mas corre o risco de transmitir a impressão de continuidade do grupo que, até então, não evitou as fraudes.
Governança e transparência: Para restaurar a credibilidade, será essencial que Queiroz torne públicas as ações corretivas internas, envolvendo CGU e auditorias do INSS, além de acelerar a responsabilização judicial dos envolvidos.
Pressão política: O PDT, que ameaçou deixar a base aliada, ganhou fôlego com a manutenção do ministério, mas entrará em um teste de fogo: será cobrado por resultados concretos no combate às fraudes e pela proteção dos beneficiários mais vulneráveis.
Em suma, a escolha de Wolney Queiroz traduz uma tentativa de conciliar lealdade partidária e resposta à crise, mas só o tempo mostrará se esse movimento conseguirá reequilibrar a máquina previdenciária e recuperar a confiança dos brasileiros.