Análise — Adriano Galdino tem razão: o governo não pode perder ninguém


 🔎 Análise — Adriano Galdino tem razão: o governo não pode perder ninguém

Ao afirmar na tribuna da Assembleia Legislativa que “a base do governo não aguenta perder Cícero Lucena, nem um Adriano Galdino”, o deputado e presidente da Casa, Adriano Galdino (Republicanos), tocou num ponto nevrálgico do atual tabuleiro político da Paraíba: a fragilidade de um campo governista que ainda busca estabilidade e unidade para 2026.

Galdino tem razão — e não é por vaidade, mas por realismo político.

📌 1. A base governista é numericamente expressiva, mas politicamente frágil

Embora o governo João Azevêdo tenha consolidado maioria na Assembleia e em alianças com partidos importantes, a coesão interna nunca foi sólida. O grupo é diverso, com interesses regionais, nomes fortes e lideranças que orbitam mais por pragmatismo do que por alinhamento ideológico.

Perder um nome como Cícero Lucena, prefeito da capital e figura com forte apelo entre o eleitorado urbano, significaria abrir espaço para a oposição crescer justamente onde o governo precisa mostrar força: João Pessoa.

📌 2. Galdino é mais do que um deputado — é um pilar de sustentação

Adriano Galdino é hoje uma das principais âncoras políticas do governo dentro da Assembleia. Como presidente da Casa, domina articulações, organiza a pauta e garante estabilidade legislativa. Um eventual afastamento dele do núcleo governista poderia desencadear uma crise de governabilidade e abrir espaço para fissuras internas.

Além disso, Galdino tem força política no interior, especialmente no Cariri e no Agreste, regiões essenciais para qualquer projeto eleitoral estadual. Sua saída da base provocaria efeito dominó.

📌 3. Oposição cresce à medida que o governo se divide

Com nomes como Pedro Cunha Lima, Romero Rodrigues e Efraim Filho se movimentando com intensidade, qualquer perda no campo governista vira munição para os adversários. Não se trata apenas de números, mas de narrativa: a oposição quer colar no governo a imagem de desagregação e cansaço.

Manter nomes como Cícero e Adriano não é só estratégico — é sobrevivência eleitoral.


Conclusão:
Adriano Galdino não fez um desabafo vazio. Ele lançou um alerta estratégico. Em tempos de reconfiguração política, quem subestima perdas internas acaba colhendo derrotas externas. E como ele bem pontuou, “buscar o caminho da derrota” pode ser o destino de quem ignora o peso dos seus próprios quadros.

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