Pré-candidato à Presidência da República defendeu a implantação de um novo modelo econômico que inclua a região Nordeste.
Josusmar Barbosa
O governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da
República, Eduardo Campos (PSB), defendeu ontem, em Campina Grande, a
implantação de um novo modelo econômico que inclua a região Nordeste no
projeto integrado de desenvolvimento do país. Campos proferiu palestra, à
noite, para cerca de 400 empresários, no restaurante Boi & Brasa,
no Centro. Ele abordou o “Brasil de Resultados”.
O socialista ressaltou que 28% da população brasileira mora no
Nordeste, no entanto, o Produto Interno Bruto (PIB) da região representa
apenas 13,5% da riqueza produzida no Brasil. Além disso, somente 11% do
bolo tributário nacional é destinado à região. “Em vinte anos, o PIB do
Nordeste só cresceu 1,5%. Esta lógica precisa ser mudada para que o
Nordeste deixe de ser visto como um celeiro de votos ou as urnas do
Brasil”, pontuou Campos.
Para ele, o Nordeste deve ser pensado de forma integrada com ações
efetivas para reduzir as desigualdades sociais. Eduardo Campos
questionou os projetos federais para a Região, citando a
Transnordestina, obra ferroviária para ligar o Porto de Pecém, no Ceará,
ao Porto de Suape, em Pernambuco, além do cerrado do Piauí, no
município de Eliseu Martins, num total de 1.728 km. “Como pode se
construir uma Transnordestina sem um ramal para a Paraíba”, criticou o
socialista.
Eduardo ainda defendeu uma reforma tributária que leve em
consideração o consumo, a renda e a propriedade e que não penalize os
pequenos empresários. Ele ainda criticou o Simples Nacional por cobrar
imposto antecipado dos microempresários, enquanto as grandes empresas só
pagam tributos após as vendas.
CRISE
O governador pernambucano também questionou os “remédios” aplicados pelo governo federal na crise econômica mundial, a partir de 2010. Como a intenção era eleger Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, apostou-se tudo na expansão do consumo. Sem fazer os ajustes necessários nos anos seguintes, o PIB teve um crescimento muito pequeno. “O Brasil precisa melhorar a produtividade e a eficiência dos serviços públicos, preservando o estado democrático, a estabilidade econômica e a inclusão social garantidos após a ditadura militar”, frisou Campos.
O governador pernambucano também questionou os “remédios” aplicados pelo governo federal na crise econômica mundial, a partir de 2010. Como a intenção era eleger Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, apostou-se tudo na expansão do consumo. Sem fazer os ajustes necessários nos anos seguintes, o PIB teve um crescimento muito pequeno. “O Brasil precisa melhorar a produtividade e a eficiência dos serviços públicos, preservando o estado democrático, a estabilidade econômica e a inclusão social garantidos após a ditadura militar”, frisou Campos.
Além do presidente da ACCG, Álvaro Barros; o presidente da Federação
das Associações Comerciais da Paraíba, Alexandre Moura; o presidente da
Fetag, Mário Borba; participaram do evento o governador Ricardo
Coutinho; o prefeito Romero Rodrigues; o presidente da Assembleia
Legislativa de Pernambuco, deputado Guilherme Uchôa; o empresário da
Rede Paraíba de Comunicação, Eduardo Carlos; parlamentares e demais
autoridades.
CONVERSAS COM CÁSSIO E AÉCIO
CONVERSAS COM CÁSSIO E AÉCIO
Antes da palestra, o governador Eduardo Campos concedeu entrevista
coletiva à imprensa no auditório da Associação Comercial e Empresarial
de Campina Grande. Na oportunidade, ele confirmou as conversas com os
senadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e Aécio Neves (PSDB), este
pré-candidato à Presidência da República, mas não discutiram palanques
duplos nos estados para as eleições de 2014.
“No momento, o PSB está focado na consolidação da aliança com a Rede
Sustentabilidade e em torno da construção de uma proposta para governar
o país”, afirmou Eduardo Campos. Ele disse que a sua união com a
ex-ministra Marina Silva foi motivada pelo sentimento de defesa do
Brasil.
Após a construção do programa de governo, o PSB vai tratar de
alianças nos estados com o PSDB e outras legendas, priorizando as
lideranças do partido, a exemplo do governador Ricardo Coutinho, que vai
disputar a reeleição.
Eduardo Campos também anunciou que o PSB fará uma campanha à
Presidência da República discutindo propostas para o futuro do Brasil
sem personalismo e ataques pessoais contra os adversários.