247 - Cerca de 30 mil pessoas cercaram a sede da
Rede Globo em São Paulo na noite desta quinta-feira (24), ao finalizar
manifestação em defesa do que chamam de democracia. O protesto pacífico, intitulado
"Ato em Defesa da democracia - A saída é pela esquerda", teve início no
Largo da Batata, em Pinheiros, região oeste da capital paulista. Os
manifestantes são favoráveis a permanência da presidente Dilma Rousseff
no governo e contra o impeachment. O movimento acusa a Globo de "apoiar
um golpe contra a democracia no país".
Por volta das 18h40, o grupo começou a marchar pela Avenida Faria
Lima em direção à Zona Sul da capital paulista. Eles passaram pelas
avenidas Juscelino Kubitschek e Engenheiro Luis Carlos Berrini. Às 20h45
os manifestantes entraram na Avenida Chucri Zaidan e chegaram em frente
à sede da TV Globo.
"Golpe nunca mais, eu tô nas ruas por direitos sociais" foi um dos
gritos entoados no protesto. Os manifestantes também entoaram: "barrar a
Direita no governo, no Congresso e nas ruas".
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, que participa do protesto,
destacou que "muita gente de vários setores sociais estão lutando contra
o golpe". "O impeachment signigica um retrocesso, a imposição de uma
pauta neo-liberal, com a precarização do trabalho, arrocho. Não haverá
estabilidade com impeachment", afirmou.
Falcão defendeu que o Supremo Tribunal Federal retire a suspensão da
nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da
Casa Civil. "Lula é ficha limpa, portanto não há nenhuma razão para ele
não ser ministro", disse o presidente do PT.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos,
disse em discurso que o objetivo do protesto é "deter uma ameaça à
democracia e às garantias constitucionais". "Importante dizer que não
estamos aqui para defender governo algum", discursou.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL), afirmou: "Estamos aqui para
defender os direitos dos trabalhadores e contra o ajuste fiscal. O
processo de impeachment está sendo tocado por um delinquente que deveria
estar preso: Eduardo Cunha".