O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), disse acreditar que a tentativa de sucateamento das obras da Transposição do rio São Francisco fazem parte de um plano para privatizar o equipamento e afirmou que os governos estaduais continuam investindo, porém que é necessária a liberação de recursos do Governo Federal para a conclusão.
Ricardo foi entrevistado na Rádio Jornal do Commércio de Pernambuco nesta quarta-feira (28) e foi questionado se pensava que o abandono do Governo Federal fazia parte de um programa de desestatização. “Eu penso dessa forma”, disse e acrescentou que acredita que é má vontade explicita do Governo Federal com o povo nordestino. “Por razões óbvias ele tem demonstrado a cada momento com frases, preconceito e uma série de coisas, essa é uma obra, mas também tem muito do DNA do presidente Lula e Dilma e, por incrível que pareça, no Brasil, as pessoas olham para a obra em função de quem a fez e não da sua importância”, afirmou.
“Sou contra a privatização porque virou o remédio para todos os males no Brasil e quando o povo descobrir, o país não terá resolvido seus problemas, que são outros, e ao mesmo tempo estará profundamente mais pobre porque perderá o seu patrimônio público”, disse.
O ex-gestor afirmou é errado num país com as dimensões do Brasil tachar uma obra de custo anual de R$ 300 milhões para operar os dois eixos e com retorno muito maior que isso, porque ativa todas as cadeias produtivas do semiárido, de cara.
Coutinho também lembrou que o governo deixa de arrecadar R$ 84 bilhões em renúncia fiscal e criticou: “As prioridades no Brasil estão invertidas”, lembrando que se for dividir o valor da Transposição pelos nordestinos beneficiados com ela, seria um valor de R$ 1000, enquanto se dividisse ainda mais pelo tempo, seria R$ 100 por ano a cada pessoa”.
Ricardo lembrou que faltam apenas 3% para a conclusão da obra, correspondente a 12 km e que não foi retomada desde que o presidente Michel Temer assumiu.