A Polícia Federal cumpre oito mandados
de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (8), na Paraíba, na quinta fase
da Operação Xeque-Mate, comandada pelo delegado federal Fabiano Emílio. Um dos
alvos da operação é a empresa Almed, suspeita de fraudar licitações em todo
estado. O ex-deputado federal André Amaral Filho, e o pai dele, André Amaral,
também são alvos dos mandados, cumpridos, pelo menos, nos bairros de Manaíra e
Miramar, em João Pessoa, nas residências dos investigados e em empresas
contratadas pela Prefeitura de Cabedelo.
O ex-deputado federal André Amaral estaria destinando
emendas parlamentares para Cabedelo e recebendo propina em troca. A operação
investiga desvios de recursos públicos federais destinados à aquisição de
medicamentos pela prefeitura de Cabedelo, na Grande João Pessoa.
De acordo com as investigações, as fraudes da empresa
Almed envolvem pelo menos seis prefeituras da Paraíba: Mamanguape, Gurinhem,
Pedra Lavrada, Conceição, Itaporanga e São Vicente do Seridó. Outro local alvo
dos mandados da Polícia Federal é a Secretaria de Administração do Estado.
Os mandados de busca também são cumpridos nas residências
de Reuben Cavalcante, Vina Lúcia Ribeiro, Antônio Callou de Alencar Sobrinho,
José Adênio Melo Alencar e na sede da empresa Almed, distribuidora de
medicamentos suspeita de fraudar licitações em todo estado.
O advogado da empresa Almed, Luciano Alencar, informou
que a empresa vai tomar ciência dos autos e colaborar com a Justiça. O G1 não
conseguiu contato com o ex-deputado federal, e busca contato com os outros investigados.
Durante a operação, a Polícia Federal
apreendeu uma quantia em dinheiro cujo valor ainda não foi divulgado. A Polícia
Federal atua em conjunto com o Ministério Público Federal, o Grupo de Atuação
Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado da
Paraíba (MPPB) e Controladoria Geral da União. A operação contou com a
participação de 50 policiais federais.
A primeira
fase da Xeque-Mate foi deflagrada em abril de 2018, com objetivo de
desarticular um esquema de corrupção na administração pública do município de
Cabedelo, localizado na região da Grande João Pessoa. A operação moveu algumas
peças na gestão da cidade e modificou, rapidamente, a administração da cidade.
A Polícia Federal cumpriu 11 mandados de prisão preventiva, 15 sequestros de
imóveis e 36 de mandados busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça
da Paraíba.
Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em
João Pessoa e Cabedelo, durante a segunda
fase da Operação Xeque-Mate, em julho de 2018. De acordo com a
Polícia Federal, foi realizado o sequestro de aplicações e ativos financeiros
no valor de mais de R$ 3 milhões.
Na terceira
fase, o empresário Roberto Santiago foi preso, março de 2019, em um
cumprimento de mandado de prisão preventiva. Ele é acusado de participar do
esquema de corrupção e fraudes licitatórias no município de Cabedelo, Região
Metropolitana de João Pessoa. Ele foi
solto e passou a usar
tornozeleira eletrônica em julho.
Na quarta fase
da Operação Xeque-Mate, que aconteceu em maio de 2019, cinco
mandados de busca e apreensão foram cumpridos, em João Pessoa, na sede do
Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), e Campina Grande. Nesta fase,
a operação apurou a possível cooptação do conselheiro do TCE, Fernando Catão,
para, em benefício do empresário Roberto Santiago, preso na terceira fase da
Xeque-Mate, impedir a construção do Shopping Pátio Intermares, no município de
Cabedelo.
Fonte: G1 Paraíba