Ainda dentro das programações do mês da mulher, a secretária de Estado do Desenvolvimento Humano (SEDH), Pollyanna Dutra ministrou uma palestra sobre a importância do protagonismo feminino nos espaços de poder na Paraíba. Destacando parte de sua história e exemplos que impactou em sua trajetória política, Pollyanna pontuou a necessidade das mulheres lutarem cada vez mais por espaços de representatividade no estado. A declaração ocorreu na tarde da última quarta-feira, (27), durante o Encontro do Cômite Territorial de Mulheres da Zona da Mata Norte, em Mari.

Na ocasião, Pollyanna relembrou os ataques machistas de violência patrimonial, física e psicológica que sofreu durante campanha política em 2022. “Quanto vale resistir? Pra mim, foi muito caro. Eu lembro de quando fui em uma cidade do Cariri paraibano e o prefeito afirmou que não me deixaria subir no palanque. Em um outro momento, o mesmo prefeito chegou perto de mim, apertou o meu braço e disse: ‘Eu não disse que você não subisse aqui!’ Quando cheguei em casa, que tirei a roupa para tomar banho, os dedos do prefeito estavam marcados no meu braço. Isso é violência. Nesse corpo aqui, tem marcas de violência. Na política e também no ciclo social, sofremos apenas por ser mulher”, contou.

A secretária destacou a importância de mulheres ocuparem cargos sociais e políticos na Paraíba, tendo em vista que o histórico social feminino no Estado é relativamente inexistente. “Carrego a responsabilidade de ser uma das poucas mulheres na Paraíba que conseguiram ocupar um cargo político. É necessário que as mulheres ocupem espaços no poder para que as políticas públicas e inclusivas cheguem àquelas que mais precisam. A sororidade feminina é praticada dessa forma. Todas vocês importam. Quando uma mulher consegue chegar lá, todas as outras também chegam”, afirmou Pollyanna.

Ainda na oportunidade, a secretária pontuou alguns projetos sociais desempenhados por mulheres no Estado, como a Padaria Solar das Oliveiras, uma comunidade, em Pombal, com 20 mulheres, que se juntaram para gerar renda e criaram uma padaria comunitária sustentável com a utilização da energia solar, biodigestor e reuso da água. Outra ação importante é o artesanato desenvolvido pela comunidade quilombola “Os Rufinos”, que possui mulheres negras à frente do projeto, sendo referência na produção de cerâmica no estado. “Compartilho com vocês histórias de mulheres que resistiram e que também nos inspiram. É assim que devemos seguir, inspirando umas às outras, para, assim, chegarmos cada vez mais longe”, completou.

Assessoria

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.