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Há 5 anos: Mandetta X Bolsonaro: A Escolha que o Brasil Nunca Vai Esquecer

Em abril de 2020, o Brasil enfrentava os primeiros e mais confusos meses da pandemia da COVID-19. Enquanto o mundo inteiro fechava fronteiras e ouvia especialistas em saúde, o presidente da República seguia em rota oposta. Num gesto simbólico e político, chegou a insinuar – sem citar nomes – que demitiria seu então Ministro da Saúde, por ele “querer aparecer demais”. O alvo era claro: Luiz Henrique Mandetta, que naquele momento se tornava uma das vozes mais ouvidas pela população brasileira.

Mandetta havia escolhido seguir a ciência. Baseado em dados, pesquisas e recomendações da OMS, defendia o isolamento social, o uso de máscaras e a seriedade da doença. Ganhava respeito e credibilidade enquanto o presidente se isolava, negava a gravidade do vírus e ouvia conselheiros mais preocupados com a economia do que com vidas humanas.

A demissão veio dias depois, em plena escalada da crise sanitária. E hoje, olhando para trás, é impossível não refletir sobre o impacto daquela escolha.

Num país sério, com instituições mais firmes, talvez aquele episódio tivesse sido o início de um processo de responsabilização mais forte contra quem se mostrou incapaz de liderar em meio a uma tragédia humanitária. Mas não foi o que aconteceu. O presidente seguiu no cargo, ignorou alertas, banalizou mortes e fez da crise uma disputa ideológica.

O tempo, no entanto, cobra seu preço. A história vai registrando as escolhas feitas. O ministro que foi afastado virou símbolo de responsabilidade. O presidente que o demitiu carrega até hoje as marcas de sua condução negacionista.

O Brasil segue em frente, mas aquele momento ficou gravado: o dia em que, diante de uma pandemia, o presidente escolheu o lado errado da história — e não foi por falta de aviso.

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