Condenado pela morte de Kelton Marques tem pena reduzida e deixa presídio, gerando revolta
A defesa da família do motoboy Kelton Marques, morto em 2021 após ser atingido por um carro em alta velocidade no Retão de Manaíra, em João Pessoa, anunciou que vai recorrer da decisão que reduziu a pena de Ruan Ferreira de Oliveira, conhecido como Ruan Macário, e possibilitou sua liberação do Presídio Padrão de Catolé do Rocha nesta quarta-feira (7).
Inicialmente condenado a 13 anos e 4 meses de prisão por homicídio qualificado, Ruan teve a pena reduzida para 8 anos e 4 meses após nova decisão da Justiça, que reclassificou o crime como homicídio simples. Com isso, o caso deixou de ser considerado hediondo, e o percentual necessário para progressão de pena caiu de 40% para 25%.
A nova decisão considerou o tempo já cumprido por Ruan desde julho de 2022, além dos dias remidos por estudo e trabalho, e o bom comportamento carcerário. Ele passou para o regime semiaberto, monitorado por tornozeleira eletrônica.
A defesa da vítima pretende não apenas restaurar a pena original, mas também aumentar o tempo de reclusão. A indenização por pensão à família de Kelton, determinada em decisão judicial no ano passado, continua válida e segue tramitando na esfera cível.
Relembre o caso
Kelton Marques, de 33 anos, pai de duas filhas e morador de Santa Rita, foi morto enquanto retornava para casa após um turno de trabalho como entregador. O acidente aconteceu na madrugada, quando ele foi atingido por um carro em alta velocidade. O impacto foi tão forte que arremessou a vítima, destruiu totalmente a motocicleta e causou danos a um muro de um residencial próximo.
O motorista do veículo, Ruan Macário, fugiu do local sem prestar socorro. Ele permaneceu foragido por cerca de 10 meses, até se entregar à polícia. No carro, foram encontradas latas de cerveja e substâncias entorpecentes, segundo o delegado responsável pelo caso.
O acidente gerou forte comoção social, especialmente pela forma como ocorreu e pelas circunstâncias que o cercaram. O novo desfecho judicial reacende o debate sobre impunidade e justiça para vítimas de violência no trânsito.