A Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio do procurador-geral Paulo Gonet, apresentou nesta segunda-feira (26) as alegações finais no processo que acusa a jornalista e ex-primeira-dama da Paraíba, Pâmela Bório, de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
“Pâmela teria atuado como executora material da invasão às sedes dos Três Poderes, ao lado de um grupo que, inconformado com o resultado das eleições presidenciais de 2022, buscava a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e a derrubada do governo eleito.”
📹 Provas apontam envolvimento direto
Entre as provas apresentadas pelo MPF, estão vídeos publicados pela própria Pâmela em sua conta no Instagram, no dia da invasão. Nos registros, a ex-primeira-dama aparece dizendo:
- “Indo à luta!!!”
- “Fora comunistas!!! O Brasil é nosso!”
- “Dia histórico! Tomamos o Brasil das mãos da quadrilha!!!”
Em uma das gravações, ela aparece ao lado do próprio filho menor de idade, que afirma estar:
“Fazendo história... tirando o Brasil da mão do comunismo tirano.”
⚖️ Defesa nega, mas PGR contesta
A defesa de Pâmela Bório afirmou que ela teria chegado à Praça dos Três Poderes no fim da tarde, sem o filho, e que não participou de qualquer depredação.
Contudo, a PGR afirma:
“Os elementos probatórios contradizem essa versão e demonstram sua adesão consciente e voluntária à empreitada golpista.”
🏛️ Prejuízos milionários ao patrimônio público
Durante os ataques, os danos materiais somaram milhões de reais:
- R$ 3,5 milhões – Senado Federal
- R$ 2,7 milhões – Câmara dos Deputados
- R$ 9 milhões – Obras de arte no Palácio do Planalto
- R$ 11,4 milhões – Supremo Tribunal Federal (STF)
A PGR lembrou que os prédios invadidos são tombados pelo IPHAN e fazem parte da área cultural protegida internacionalmente da Praça dos Três Poderes.
⚠️ Associação criminosa armada
O MPF também destacou que a estrutura dos acampamentos golpistas em frente a quartéis militares — com tendas, refeitórios, áreas de culto e acesso à internet — comprova a estabilidade da associação criminosa, caracterizando o crime de associação armada.
📌 O que pede a Procuradoria
A PGR solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF):
- A condenação de Pâmela Bório por todos os crimes descritos na denúncia
- A fixação de valor mínimo para reparação dos danos causados
🧑⚖️ O processo está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e a decisão caberá à Primeira Turma do STF.