Deputada do PL-SP foi sentenciada a 10 anos de prisão por envolvimento em invasão ao sistema do CNJ com o hacker Walter Delgatti
Brasília — A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil e se encontra na Europa, onde, segundo ela, possui cidadania de um país do continente. A declaração ocorre menos de um mês após ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli foi sentenciada por unanimidade pela Primeira Turma do STF, sob a acusação de ter orientado o hacker Walter Delgatti na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A intenção, segundo os ministros, era produzir alvarás de soltura falsos e até um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, com o objetivo de gerar instabilidade institucional.
Trama e consequências
A deputada, que já foi uma das principais vozes do bolsonarismo no Congresso, viu sua influência política desmoronar após as eleições de 2022. Agora, protagoniza um dos casos mais graves de atentado digital contra instituições do Judiciário.
De acordo com a acusação, ela teria participado ativamente da articulação com Delgatti, também conhecido por seu envolvimento no caso da “Vaza Jato”, fornecendo direcionamentos para as ações criminosas.
Fuga e alegações
Em entrevista concedida anteriormente à imprensa, Zambelli negou as acusações, mas admitiu temer o cumprimento da pena. “Tenho receio das outras mulheres na cadeia... O maior problema é ficar longe da família”, declarou.
A defesa da parlamentar ainda não se pronunciou oficialmente sobre o novo paradeiro da deputada, nem sobre como pretende atuar juridicamente diante da nova condição de condenada fora do país.
Próximos passos
A fuga de Carla Zambelli abre um novo capítulo no processo judicial, podendo acarretar ordem de prisão internacional ou pedido de extradição, dependendo do país em que ela estiver. Até o momento, o STF ainda não se manifestou sobre eventuais medidas após a saída da parlamentar do território brasileiro.