Nos bastidores do governo, existe o receio de uma possível ruptura. A especulação sobre uma eventual saída de Cícero Lucena do Progressistas ganha força diante do embate interno entre ele e o vice-governador Lucas Ribeiro pelo protagonismo na disputa ao Governo da Paraíba em 2026. Caso seja preterido como candidato, Cícero poderia deixar a legenda — e, nesse cenário, não sairia só: levaria também o filho, o deputado federal Mersinho Lucena, provocando um abalo considerável na base aliada.
A movimentação, ainda no campo das hipóteses, fragilizaria diretamente a liderança de Aguinaldo Ribeiro dentro da federação União Brasil/Progressistas, ao mesmo tempo em que favoreceria o senador Efraim Filho, que já atua para ocupar o comando político do bloco.
Se Cícero realmente sair, restaria ao Progressistas uma senadora em fim de mandato — Daniella Ribeiro — e um vice-governador que já não teria garantias de candidatura. Ou seja, um partido esvaziado de protagonismo, com menos peso eleitoral e sem nome claro para liderar o processo sucessório. Um cenário nada confortável para quem sempre buscou estar no centro das decisões.
Se a saída de Cícero vai se concretizar ou não, ainda é cedo para afirmar. Mas o fato de o assunto já ter tomado corpo nos bastidores indica que algo está fora do lugar. Em política, quando a especulação persiste, é porque a possibilidade deixou de ser apenas teoria.