🎯 Lula e o labirinto do Centrão: ceder ou resistir?
Por Lázaro Farias
📌 O dilema do poder
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vive, neste momento, um dos dilemas mais complexos do seu terceiro mandato: ceder ainda mais espaço ao Centrão ou correr o risco de ver sua agenda travada no Congresso Nacional.
O impasse não é novo, mas ganhou novos contornos com o aumento da pressão por cargos, verbas e influência dentro do governo. O chamado Centrão, bloco de partidos como PP, União Brasil, Republicanos, e setores do MDB e PSD, está cada vez mais vocal em suas exigências.
⚠️ Os riscos de ceder demais
Se optar por ceder, Lula corre o risco de alimentar a imagem de um governo refém, que troca princípios por governabilidade. Isso pode desmobilizar a militância e desgastar ainda mais sua base ideológica, que já manifesta desconforto com certas alianças.
Além disso, reforça-se a narrativa de que quem manda em Brasília é o Centrão — o que mina qualquer tentativa de resgate institucional ou de retomada do protagonismo político por parte do Executivo.
⛔ E se não ceder?
Por outro lado, resistir à pressão pode significar sofrer boicotes estratégicos dentro do Congresso. Votações importantes, como as etapas finais da regulamentação da reforma tributária — já aprovada, mas ainda em fase de implementação —, além de medidas econômicas e sociais prioritárias, podem ser travadas ou distorcidas.
E sem entregas concretas, o governo perde fôlego para disputar 2026 com força competitiva.
🧩 Um labirinto político
Lula se vê, portanto, num labirinto de difícil saída. Cada passo tem consequências. Um movimento em falso pode custar o equilíbrio do mandato — e o projeto de reeleição.
Enquanto o Centrão joga no tempo e no poder de barganha, Lula joga com o capital político que ainda possui.
E o país observa, entre negociações e tensões, como o jogo da governabilidade pode se transformar em armadilha.