"Sou um sobrevivente de guerra", diz Cícero Lucena ao relatar drama vivido em Israel



"Sou um sobrevivente de guerra", diz Cícero Lucena ao relatar drama vivido em Israel

Depois de cinco dias sob tensão intensa no Oriente Médio, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que retornou ao Brasil nesta quarta-feira (18), fez um desabafo comovente sobre os momentos vividos em território israelense. Durante coletiva de imprensa, ele chorou ao lembrar dos riscos enfrentados, revelou bastidores da operação de saída pela Jordânia e criticou a postura do Itamaraty.

Cícero foi a Israel a convite do governo local, com todas as despesas pagas, para conhecer medidas de segurança que poderiam ser aplicadas em João Pessoa. No entanto, o cenário mudou com os ataques promovidos pelo Irã, que deixaram a comitiva brasileira em alerta constante.

“Eu não esperava ter na minha vida essa experiência de ter superado, de ter escapado de uma guerra. Eu, que já escapei de tantas coisas, jamais imaginaria que diria que sou um sobrevivente de uma guerra”, declarou o prefeito emocionado.

Durante a estadia em Tel Aviv, o grupo precisou se esconder diversas vezes em bunkers, sempre em dupla, para que um pudesse alertar o outro caso houvesse novos ataques.

Fuga pela Jordânia e apoio inesperado

Segundo o prefeito, a saída de Israel foi decidida após análise dos riscos. “Tínhamos duas opções: sair pela Jordânia ou pelo Egito. O Egito envolvia riscos maiores, como assaltos no deserto. Um amigo em comum, que tem relação com o rei da Jordânia, conseguiu nos garantir uma saída segura com apoio do governo jordaniano”, explicou.

O religioso Frei Josué, de João Pessoa, também participou à distância do momento de decisão. “Ele me ligou e disse: 'Você está tomando a decisão mais certa, a mais segura. Pode vir que Deus e Maria já tomaram vocês para essa caminhada’”, relatou Cícero.

O retorno ao Brasil contou ainda com a solidariedade do empresário Roberto Santiago, dono dos shoppings Manaíra e Mangabeira. “Ele foi um ser humano incrível. Nos ajudou com a logística de transporte sem qualquer vínculo com a prefeitura. Cada prefeito arcou com suas despesas, mas a volta foi viabilizada com sua generosidade.”

Críticas ao Itamaraty

Cícero também respondeu à nota do Ministério das Relações Exteriores, que alegou desconhecer a viagem e acusou a comitiva de desrespeitar alertas. Para o prefeito, a declaração foi inadequada.

“Me estranha como uma autoridade internacional não ter conhecimento das autoridades brasileiras. Acho que, antes de estar arrumando desculpa para suas culpas, deveria ter tido gesto de solidariedade. As embaixadas nos ajudaram muito. Se não fossem elas, estaríamos abandonados.”



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