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Opinião | Por que Hugo Motta deve mirar o Governo da Paraíba em 2026

Por Lázaro Farias

Hugo Motta está diante de uma encruzilhada rara na política: insistir na reeleição à presidência da Câmara dos Deputados ou se lançar ao Governo da Paraíba. E, com a devida cautela que o momento exige, arrisco dizer que o caminho mais lógico, estratégico e promissor para ele é a disputa pelo Palácio da Redenção em 2026.

Não se trata apenas de ambição estadual. É uma leitura fria e racional do momento político em Brasília. A presidência da Câmara, embora poderosa, está mergulhada num ambiente de tensão crescente. A polarização entre Lula e Bolsonaro transforma cada votação em uma guerra declarada. As pautas mais delicadas — como a anistia a partidos políticos e mudanças na legislação eleitoral — estão cercadas de incertezas, ruídos e riscos de desgaste. E Hugo, que vem enfrentando resistência dos dois lados, sabe disso.

Mesmo que consiga a reeleição na Câmara, o cenário é instável. São apenas mais dois anos à frente de uma instituição que, nos bastidores, tem devorado reputações e comprometido biografias. O bônus do cargo já foi colhido. Agora, o ônus começa a pesar. E é aí que a matemática política se impõe: por que insistir em mais dois anos num tabuleiro volátil, quando há a chance real de construir uma jornada de oito — ou até dezesseis anos — de poder e influência?

Candidato ao governo, Hugo poderia vencer em 2026, se reeleger em 2030 e, com capital político consolidado, disputar o Senado em 2034. Um projeto que estende sua força por quase duas décadas, com menos desgaste e mais domínio sobre sua própria agenda. Diferente de Brasília, onde os acordos são instáveis, os aliados voláteis e os ataques, implacáveis.

A lógica não é apenas de ambição. É de sobrevivência política inteligente.

Se Hugo vai ou não dar esse passo, só o tempo dirá. Mas que o caminho está posto, está. E parece cada vez mais sensato.

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