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MOSQUITO MAIS TEMIDO DO BRASIL SE ADAPTOU E JÁ SE REPRODUZ EM ESGOTOS E ÁGUA SALOBRA

Já ficou provado que o Aedes aegypt não se reproduz somente em água limpa. A capacidade de adaptação e resistência do mosquito surpreende. Um estudo da Fiocruz mostrou que ele vive até em fossas. O infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, afirmou que ele se multiplica até em água salobra. Na falta do ambiente propício, se adapta a qualquer porção de água. E em tempos de zika e microcefalia, a constatação assusta a população que convive com esgotos a céu aberto.

O mosquito, que costumava atacar no final da tarde, passou a fazê-lo também à noite, dependendo da luz. “O que tem sido visto é que, através do tempo, ele vai se adequando ao meio. Observações mostram que é um mosquito matutino, mas em alguns lugares, onde tem luz suficiente, pica à noite também”, alertou.

Ele observou que a dengue, zika, chikungunya têm sido doenças urbanas, das grandes metrópoles e são menos frequentes em cidades de menor porte. Isso, na opinião do especialista, tem a ver com a urbanização. Não há infraestrutura de fornecimento e armazenamento de água, coleta de esgoto e lixo. “As cidades estão impermeabilizadas”, constatou. Quando chove, a água não tem para onde ir.

“O mais importante é prevenir, se não vamos ficar enxugando gelo. Ou muda o modelo de urbanização – e a gente sabe que isso é a longo prazo - ou vamos conviver com o mosquito para o resto da vida. Ele sabe se adaptar muito bem às circunstâncias. Já está se reproduzindo em água suja, está voando à noite, resiste aos inseticidas. A gente tem que usar o que a gente conhece, se proteger com manga comprida, calça, meia, repelente no rosto, pescoço. Mas, são paliativos”.


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