MDB e Republicanos discutem federação em Brasília e movimentam xadrez político da Paraíba
Uma possível federação entre o MDB e o Republicanos está em debate nos bastidores de Brasília e promete gerar desdobramentos importantes na política paraibana. O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, se reuniu nesta terça-feira (6) com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, para discutir a aliança, de olho na sucessão presidencial e estadual em 2026.
A conversa marca uma nova tentativa de aproximação com o Republicanos, sigla que já havia sido sondada anteriormente por União Brasil e Progressistas — partidos liderados por Efraim Filho e Aguinaldo Ribeiro, respectivamente — mas que não avançou.
Agora, o MDB de Veneziano Vital do Rêgo busca atrair o partido do deputado federal paraibano Hugo Motta, que hoje tem protagonismo na base do governador João Azevêdo (PSB). O detalhe curioso é que, na Paraíba, MDB e Republicanos estão em lados opostos. Enquanto Hugo e seu grupo caminham com o governo estadual, Veneziano rompeu com João após a derrota nas eleições de 2022 e hoje integra a oposição.
Se a federação se consolidar nacionalmente, os efeitos chegarão diretamente à Paraíba. O Republicanos tem peso político considerável, com três deputados federais, incluindo o próprio Hugo Motta, presidente da bancada do partido na Câmara. Em uma aliança com o MDB, a tendência é que Hugo lidere a composição no estado, fortalecendo ainda mais o projeto governista para 2026 e enfraquecendo o campo da oposição.
Para o MDB, a federação pode ser vista como uma tábua de salvação. A legenda, historicamente relevante, não tem conseguido eleger deputados federais na Paraíba desde 2018, e enfrenta dificuldades para formar uma chapa competitiva nas próximas eleições. A união com o Republicanos poderia garantir estrutura, visibilidade e competitividade.
Mas a grande pergunta que paira sobre o cenário político local é: existe “liga” suficiente na Paraíba para sustentar essa união? Afinal, os interesses estaduais podem colidir com os arranjos nacionais — e o histórico de divergências locais pode dificultar a construção de um palanque unificado.
O tempo dirá se os planos dos caciques de Brasília se confirmarão em solo paraibano — ou se o projeto ficará apenas no campo das intenções.
O Portal Lázaro Farias segue acompanhando cada movimento e bastidor da política que pode definir os rumos da Paraíba em 2026.