O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), decidiu suspender a realização de reuniões de comissões durante o recesso parlamentar. A medida, confirmada nesta terça-feira (22) pela presidência da Casa, impede a movimentação da oposição, que pretendia usar o espaço legislativo como palco de manifestações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mesmo com restrições judiciais em vigor, aliados do ex-presidente haviam convocado sessões nas comissões de Segurança Pública e de Fiscalização Financeira e Controle, ambas presididas por parlamentares do PL, com o objetivo de votar moções de solidariedade a Bolsonaro.
No entanto, a iniciativa contrariava um aviso prévio de Hugo Motta, que já havia reforçado a manutenção do recesso e a suspensão das atividades formais até a retomada oficial dos trabalhos legislativos.
A justificativa apresentada pela presidência da Câmara é que os plenários das comissões estão passando por reformas estruturais, com troca de piso e instalação de painéis de madeira no Anexo 2. A previsão é que os serviços sejam concluídos até o dia 4 de agosto.
“As dependências físicas dos colegiados estão em obras, o que inviabiliza qualquer atividade oficial neste período”, informou a assessoria da presidência da Câmara.
Apesar da suspensão, um grupo de parlamentares da Comissão de Segurança Pública chegou a se reunir informalmente e exibiu uma placa com moção de apoio a Bolsonaro. O ex-presidente, no entanto, não compareceu ao Congresso e foi visto na sede do PL, em Brasília.
Segundo o líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante, a ausência de Bolsonaro no Parlamento foi uma decisão estratégica. O ex-presidente está submetido a medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, como proibição de uso de redes sociais, tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno.