O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu, oficialmente, o uso de anestesia geral, sedação ou bloqueios anestésicos para a realização de tatuagens. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (28) e tem efeito imediato em todo o país.
A nova norma vale para tatuagens de qualquer tamanho e em qualquer parte do corpo. A única exceção são os procedimentos com fins médicos, como tatuagens reparadoras indicadas por profissionais da saúde em casos de reconstrução de membros.
Segundo o relator da medida, conselheiro Diogo Sampaio, a proibição se baseia na ausência de evidências sobre a segurança da prática em contextos estéticos.
🗣️ “A participação médica nesses contextos, especialmente envolvendo sedação profunda ou anestesia geral, configura um cenário preocupante. Não há comprovação clara sobre os riscos à saúde pública. Além disso, a anestesia viabiliza tatuagens de grande extensão que aumentam a absorção de pigmentos e metais pesados, como cádmio, níquel, chumbo e cromo”, explicou Sampaio.
A prática vinha se tornando comum entre pessoas que optam por tatuagens grandes e demoradas, que geram maior desconforto e dor. No entanto, o uso de anestesia nesses casos passa a ser considerado uma conduta médica vedada.
O alerta do CFM foi motivado por casos graves, como o do empresário Ricardo Godoi, que morreu após receber anestesia geral para fazer uma tatuagem, na cidade de Itapema (SC).
Com a decisão, médicos que desrespeitarem a resolução podem ser responsabilizados ética e legalmente.