Carla Zambelli é presa em Roma após quase dois meses foragida
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália, em uma ação conjunta da Polícia Federal brasileira e autoridades italianas. A prisão ocorreu no apartamento onde a parlamentar vivia desde sua chegada ao país.
Zambelli estava foragida há quase dois meses, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão em regime fechado, além da perda do mandato parlamentar, por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Como a prisão foi confirmada
O Ministério da Justiça confirmou a prisão da deputada bolsonarista. Mais cedo, o deputado italiano Angelo Bonelli (Verde e de Esquerda) havia divulgado no X (antigo Twitter) que Zambelli estava em um apartamento na capital italiana:
“Forneci o endereço à polícia, neste momento a polizia está identificando Zambelli”, publicou Bonelli.
Fuga do Brasil e atuação da Interpol
Zambelli deixou o Brasil no fim de maio, cruzando a fronteira com a Argentina e, em seguida, embarcando para os Estados Unidos. No dia 5 de junho, entrou na Itália pelo Aeroporto Fiumicino, em Roma, utilizando passaporte italiano, já que possui dupla cidadania.
A Interpol incluiu o nome de Zambelli na difusão vermelha, lista que reúne foragidos internacionais.
A condenação
A parlamentar foi acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de planejar e comandar a invasão ao sistema do CNJ com auxílio do hacker Walter Delgatti. Segundo a denúncia, o grupo chegou a emitir alvarás de soltura e mandados de prisão falsos, com o objetivo de gerar confusão no Judiciário.
A condenação foi decidida por unanimidade na Primeira Turma do STF, em 15 de maio. O ministro Alexandre de Moraes determinou a execução imediata da pena e formalizou o pedido de extradição junto ao governo italiano.
Defesa e recursos
O advogado Daniel Bialski, que representava Zambelli, chegou a apresentar recurso contra a condenação, alegando contradições na decisão. Todos os pedidos foram rejeitados por Moraes. Após a fuga da deputada, Bialski deixou a defesa.