A Justiça determinou a suspensão de todos os perfis em redes sociais do influenciador paraibano Hytalo Santos, com interrupção da monetização. A decisão também ordena o afastamento imediato dos adolescentes que vivem com ele e proíbe qualquer tipo de contato com os menores, a partir de agora. A defesa ainda pode recorrer.
A medida atende a um pedido do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que ingressou com uma Ação Civil Pública contra Hytalo. Ainda nesta segunda-feira, o MPPB também expediu uma recomendação administrativa conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Civil, para a diretoria da Loteria do Estado (Lotep).
O documento, assinado pelos promotores Ana Maria França, Octavio Paulo Neto e Dennys Carneiro Rocha dos Santos, pelo procurador do Trabalho Flavio Henrique Gondim e pelo delegado geral de Polícia Civil André Luis Rabelo de Vasconcelos, dá um prazo de 48 horas para que a Lotep suspenda a autorização concedida à empresa Fartura Premiações, divulgada no canal do influenciador.
“Em Bayeux, nós instauramos esse procedimento a partir de reclamações de moradores do condomínio onde vivia o influenciador, sobre conduta irregular dele com crianças e adolescentes na produção de seus conteúdos, se estendendo até tarde e com barulho. Muitas dessas filmagens envolviam bebidas alcoólicas e cenas com conotação sensual”, explicou a promotora Ana Maria França.
A recomendação prevê que a suspensão seja mantida até a conclusão da ação contra Hytalo Santos ou até que as condutas irregulares sejam encerradas e os direitos das crianças e adolescentes sejam plenamente protegidos. Caso não seja cumprida, a Lotep pode sofrer medidas legais, incluindo nova Ação Civil Pública e eventuais ações criminais.
Além disso, a Promotoria de Justiça de João Pessoa investiga a conduta do influenciador em relação à exposição de menores em vídeos com conotação sexual. Os promotores João Arlindo Corrêa Neto e Ivete Leônia Soares de Oliveira Arruda ouvem depoimentos, inclusive dos pais, para apurar se houve omissão no dever de proteger os adolescentes.
Paralelamente, tramita um inquérito policial para apurar as condutas do investigado na esfera criminal. Após a conclusão, o Ministério Público avaliará se há elementos para oferecer denúncia contra Hytalo Santos.