(FOLHAPRESS) – Um estudo concluiu que não há evidências que sustentem o uso de testes rápidos para diagnóstico de Covid-19. A análise foi publicada na revista científica BMJ no dia 1º de julho.
Foram analisados dados de mais de 40 estudos de diversos países para avaliar a evidência disponível neste momento que sustente ou não o uso desses testes e indicar sua acurácia.
Os testes sorológicos identificam pessoas que já tiveram contato com o vírus e, por isso, devem ser feitos a partir do 10º dia de contágio.
Na revisão, os testes foram divididos por método e também por classes de anticorpos. A sensibilidade e a especificidade dos diferentes testes foram comparadas.
A sensibilidade corresponde ao nível de precisão, ou seja, quanto mais alta, menor a taxa de falsos negativos. Já a especificidade indica quão específico é o teste para detectar anticorpos contra o Sars-CoV-2 em relação a outros vírus respiratórios.
As três sorologias avaliadas foram Elisa e quimioluminescência, feitas em laboratório a partir de amostra de sangue venoso, e a imunocromatrografia, os chamados testes rápidos, que analisam, no próprio aparelho, uma ou duas gotas de sangue da ponta do dedo. As classes de anticorpos correspondem às imunoglobulinas IgM, IgG e IgA.
Os anticorpos IgM são produzidos no início da infecção, enquanto o IgG e IgA – também chamados de memória – aparecem na fase tardia.
Os anticorpos IgG e IgA são específicos para um agente viral e podem durar bastante tempo no organismo, sendo considerados bons marcadores de imunidade.
Os pesquisadores observaram que a especificidade dos diferentes testes sorológicos varia entre 96,6% a 99,7%. Em relação à sensibilidade, os testes de quimioluminescência tiveram sensibilidade de 97,8% (intervalo de 46,2% a 100%), os de Elisa 84,3% (intervalo de 75,6% a 90,9%) e o imunocromatográfico de apenas 66% (intervalo de 49,3% a 79,3%). Todas as análises foram feitas em pacientes que apresentaram diagnóstico positivo para Covid-19 no exame RT-PCR, considerado padrão-ouro para diagnóstico de infecção aguda.
Na prática, isso significa que em aproximadamente 34% dos casos os testes rápidos dão falso positivos, enquanto no Elisa essa taxa equivale a cerca de 16% e na quimioluminescência, 2%.
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