A Última Nota de um Gigante: O Adeus ao mestre do forró, Antônio Barros”
Morre em João Pessoa o cantor e compositor Antônio Barros, ícone da música nordestina e autor de clássicos eternizados na cultura popular brasileira
O Brasil perdeu, na manhã deste domingo (07), um de seus maiores ícones da música popular nordestina. Faleceu em João Pessoa o cantor, compositor e multi-instrumentista Antônio Barros, aos 90 anos, após passar cerca de dois meses internado devido a complicações de saúde. A causa exata da morte ainda não foi divulgada pela família, mas o artista vinha lutando contra o Mal de Parkinson, o que agravou seu estado clínico nos últimos meses.
Ao Portal Lázaro Farias, sua família confirmou que o velório ocorrerá a partir das 13h deste domingo, e o sepultamento está previsto para as 17h, no Cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa.
Uma trajetória marcada por talento e nordestinidade
Natural de Guarabira, na Paraíba, Antônio Barros foi muito mais que um cantor. Ele era um verdadeiro cronista da alma nordestina, capaz de transformar o cotidiano, o amor, o sofrimento e a alegria do povo do sertão em canções que atravessaram gerações. Dono de uma verve criativa inigualável, compôs mais de 700 músicas, muitas das quais se tornaram hinos populares, como “Procurando Tu”, “Forró nº 1”, “Bate Coração” e “Homem com H”, sucesso na voz de Ney Matogrosso.
Antônio construiu sua carreira ao lado de Cecéu, com quem formava uma das duplas mais queridas e respeitadas da música nordestina. Suas canções foram gravadas por Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Elba Ramalho, Genival Lacerda, entre muitos outros, e embalaram festas juninas, vaquejadas, rádios e palcos por todo o país.
Repercussão e homenagens
A morte de Antônio Barros causou comoção entre artistas, políticos e fãs. A Associação Brasileira de Música Popular destacou o legado do compositor e ressaltou sua contribuição ímpar para a cultura nacional. Nas redes sociais, nomes como Elba Ramalho e Santanna, o Cantador, prestaram homenagens emocionadas, enaltecendo a importância de Barros para o fortalecimento da identidade cultural nordestina.
O governador da Paraíba, João Azevêdo, lamentou a perda e decretou luto oficial de três dias, afirmando que “Antônio Barros foi um gênio popular, um símbolo de nossa resistência cultural, e sua obra seguirá viva nas festas de São João, nos corações do povo nordestino e nas vozes que ecoarão suas composições.”
Um legado imortal
Antônio Barros deixa uma herança artística inestimável. Sua obra transcende estilos e fronteiras, representando a essência da música de raiz brasileira. Ele provou que a cultura nordestina não apenas resiste — ela encanta, emociona e eterniza.
Seu legado continuará vivo em cada sanfona que toca, em cada par de pés que dança um forró e em cada voz que canta suas composições. Antônio Barros parte, mas deixa à eternidade a alma musical de um povo inteiro.