Mais de 90 famílias da Zona Rural da cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, têm apostado na criação de animais nativos para conseguirem sobreviver durante a seca e em meio ao racionamento de água que já dura quase um ano. Segundo eles, os bichos sofrem menos com a falta de água e se adaptam facilmente na região.
Na propriedade da produtora Adailma Ezequiel, são criados vacas, porcos, ovelhas, cabras e galinhas de capoeira. Ela diz que já passou por outras estiagens e sabe conviver bem com as dificuldades. "Eu amo o campo. Então não é a primeira estiagem que eu passo. Sei das dificuldades que tem, mas é muito prazeroso e tem sim como você sobreviver".
Outra produtora rural que optou pela criação de animais nativos foi Márcia Patrícia. Ela tem mais de 170 galinhas de capoeira, como são conhecidas as galinhas que vivem ao ar livre. "É muito lucrativo. Sempre que eu preciso de dinheiro fácil eu vendo e já tenho retorno. Meu marido tentou criar outros animais de outras regiões, mas eles não resistiram ao calor. Muitos não se adaptaram e faleceram", conta.
Para trocar experiências sobre as criações e falarem o andamento da produção, as famílias se reúnem com a presença de uma veterinária que faz parte do Núcleo de Extensão Rural Agroecológica da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Nesses encontros, elas debatem ideias e novos modelos de criação.
"Esses conhecimentos que as famílias já têm fazem com elas saibam quais os melhores animais, qual a melhor alimentação, as melhores plantas que podem ser usadas como remédios para os bichos. Isso tudo já facilita", explica a veterinária Marilene Nascimento.
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