O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, anunciou que vai apresentar um requerimento e um projeto de indicação ao Governo do Estado solicitando prioridade na instalação de uma unidade de hemodiálise no Hospital Regional de Itabaiana.
A proposta surgiu com força após uma audiência pública realizada pela Assembleia no município, na última quarta-feira (29), que reuniu autoridades, profissionais da saúde e pacientes renais da região.
Esperança para pacientes renais
A medida busca oferecer tratamento digno e mais próximo de casa a quem enfrenta sessões exaustivas de hemodiálise, três vezes por semana. Atualmente, pacientes de Itabaiana precisam viajar até João Pessoa, Guarabira ou Carpina (PE) para realizar o procedimento — percorrendo até 1h30 de estrada por viagem, o que gera desgaste físico, emocional e financeiro.
Além do sofrimento dos pacientes, o deslocamento também representa alto custo para as prefeituras, que precisam arcar com transporte e alimentação para os pacientes e seus acompanhantes.
“Essa questão da hemodiálise é muito simples de resolver. O custo já está sendo pago — trazendo o serviço para cá, o Estado não gasta mais nada, pelo contrário, economiza com transporte e ainda oferece um tratamento mais humano. Vamos sensibilizar o governador João e o secretário Ari Reis, porque essa luta é de todos nós. Nosso grito precisa ser ouvido”, afirmou Adriano Galdino durante o evento.
“É um sofrimento diário”, desabafa paciente
A rotina dos pacientes que dependem do tratamento é marcada pelo cansaço extremo. O morador de Itabaiana, Marinaldo Alves, relatou com emoção o desgaste físico e emocional que enfrenta há anos.
“Saio às três da manhã para João Pessoa, chego lá, faço o tratamento e só volto às duas da tarde. É cansativo demais. Quando passo mal na clínica, minha esposa precisa ir atrás de mim, de Itabaiana até lá. É um sofrimento. Se tivéssemos a hemodiálise aqui, seria uma melhora enorme na nossa qualidade de vida. A gente só quer um pouco de dignidade”, contou.
Uma luta por dignidade
De acordo com estimativas apresentadas durante a audiência, o custo mensal de manutenção da unidade seria de aproximadamente R$ 1 milhão — valor considerado pequeno diante do que já é gasto com transporte e da melhoria direta na qualidade de vida dos pacientes.
Mais do que uma reivindicação técnica, a criação da unidade é vista como um clamor humano.
“Esse país tem o mau costume de dar muito a quem já tem muito e negar tudo a quem tem pouco. Mas é através da luta que a gente avança. E Itabaiana está mostrando que sabe lutar”, destacou Adriano Galdino.
